
O câncer de colo do útero é o terceiro câncer mais incidente em mulheres e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Também conhecido por câncer cervical, é uma doença de evolução lenta que acomete geralmente mulheres acima dos 25 anos. A principal causa da doença é a infecção persistente pelo papilomavirus humano (HPV).
Antes de tornar-se maligno, o que leva alguns anos, o tumor passa por uma fase de pré-malignidade, denominada NIC (Neoplasia Intraepitelial Cervical), que pode ser classificada em graus I, II, III.
Sintomas:
Nas fases iniciais, o câncer de colo de útero não traz sintomas. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são:
- Sangramento vaginal especialmente depois das relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa;
- Corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro.
Nos estágios mais avançados da doença, outros sinais podem aparecer:
- Hemorragias;
- Obstrução das vias urinárias e intestinos;
- Dor lombar e abdominal;
Fatores de risco para câncer de colo do útero
A infecção pelo HPV, representa o maior fator de risco para o surgimento do câncer de colo de útero. Apesar de existir mais de uma centena de tipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao tumor. São classificados como de alto risco os tipos 16, 18, 45 e 56; Podem ser citados, ainda, como fatores de risco:
- comportamento sexual: ter múltiplos parceiros(as) sexuais ou iniciar a atividade sexual em idade precoce aumenta o risco de exposição ao HPV e, consequentemente, ao câncer de colo de útero
- tabagismo: Os produtos químicos do tabaco podem prejudicar as células cervicais e torná-las mais suscetíveis à infecção por HPV
- sistema imunológico enfraquecido: mulheres com um sistema imunológico enfraquecido devido a condições como infecção pelo HIV/AIDS, uso prolongado de medicamentos imunossupressores ou transplante de órgãos têm um risco aumentado de desenvolver câncer de colo de útero.
Diagnóstico
Na fase assintomática da doença, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.
Estes são os principais métodos de rastreio utilizados:
- exame de papanicolau: é o método mais comum de identificação para o câncer de colo de útero. Durante o exame, o médico coleta células do colo do útero e da área ao redor para serem examinadas em laboratório
- teste de HPV: verifica a presença do DNA do vírus do papiloma humano (HPV), que é a causa principal do câncer cervical. O teste de HPV pode ser usado como rastreio primário em mulheres com idade acima de 30 anos ou como teste complementar em combinação com o exame de papanicolau
- colposcopia:exame no qual o(a) profissional de saúde utiliza um colposcópio (instrumento com uma lente de aumento) para examinar de perto o colo do útero. É frequentemente realizado se o exame de papanicolau mostrar células anormais ou se houver suspeita de alterações no colo do útero.
Tratamento
O tratamento do câncer de colo de útero dependerá do estágio da doença (se localizada no colo do útero, ou se avançou para outros órgãos próximos ou mais distantes), assim como das condições clínicas da paciente e do desejo de engravidar.
As opções de tratamento incluem:
- cirurgia: procedimento que envolve a remoção do tumor e, se necessário, de tecidos e órgãos próximos
- radioterapia:utiliza radiação de alta energia para destruir células cancerosas ou impedir que elas cresçam
- quimioterapia e imunoterapia: tratamento com medicação via oral ou venosa, que ajuda o sistema de defesa do corpo a combater o câncer.
- No caso de lesão em fase pré maligna (NIC II ou III), a conização de alta frequência (CAF) pode ser realizada para diagnóstico e tratamento.
Prevenção
A principal forma de se prevenir contra o câncer de colo de útero é a vacinação contra o HPV.
No SUS, a vacina quadrivalente é oferecida para meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e transplantados entre nove e 45 anos.
Na rede particular, homens e mulheres dos 9 aos 45 anos podem tomar a vacina nonavalente, que protege contra 9 subtipos de HPV e proporciona aumento de 90% de proteção contra o câncer de colo de útero.